quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Fim de Jornada

O ano de 2006 entrou para a história da minha vida e da Universidade da Amazônia, pois foi neste momento que tomei conhecimento do meu destino acadêmico e profissional, já para a Universidade, por ter sido o ano de ingresso de uma turma de grandes proveitos acadêmicos e profissionais.
Foi o ano de fazer escolhas sem passar pela “crise dos três anos”. A Engenharia Civil (sonho de criança – seguido até bem pouco tempo) e a Arquitetura (idem) foram deixadas de lado, mas na busca daquele “sonho” pude conhecer pessoas maravilhosas, afinal o que seria a minha trajetória sem os grandes mestres. A única certeza que tenho, é que sem eles não saberia a linguagem do AUTO CAD, então valeu! O tempo passou e os sonhos mudaram (como nunca deixa de ser), veio a Psicologia (até hoje não sei de onde veio essa vontade), e daí cheguei na Pedagogia (cursada durante três anos na Universidade Federal do Pará, sem arrependimento) e na Filosofia (aspiração influenciada dentro da academia pelo professor Damião Bezerra, “grande homem”).
O curso de Pedagogia me ensinou as lições básicas da academia, além de aprimorar minha oratória, quesito fundamental para a graduação que viria mais a frente, mas fui perdendo o fôlego e a menina estudiosa foi ficando pra trás. As aulas (Didática e as FTM) já não eram tão atrativas, e assim começaram as provas de segunda chamada, ausência de leitura, nada de Xerox de livro (eu fazia isso, mas sei que é errado fazer cópias) e as faltas. Faltas e mais faltas, contudo graças a um grupo de loucas, meu nome sempre aparecia na lista (obrigada, minhas eternas amigas do fundão). As ausências não me deixariam reprovadas, acontece que as provas também não. Fui me tornando alvo de questionamentos, mas graças à Filosofia de Rousseau (fui corrompida pela sociedade), consegui superar essa fase. Mesmo com esses objetivos alcançados, ainda me sentia inquieta, e assim, fui à busca de uma suposta felicidade acadêmica. Pulei o muro e agora estava em uma nova graduação – Comunicação Social.
Na primeira aula, minha inquietação foi despertada (imagine: uma inquietação na primeira aula de “Teorias da Comunicação”), somente esta disciplina era uma novidade e já estava completamente apaixonada. O semestre passava e este sentimento crescia incontrolavelmente. Quando acreditava estar segura, eis que surge meu dilema: Qual habilitação fazer?
Publicidade e Propaganda (eu ainda não era muito fã dos meios tecnológicos)? Jornalismo (encantador, afinal quem não gostaria de ser Nélson Rodrigues?)? Relações Públicas (pouco conhecida, mas reconhecida por muita gente)? Essa dúvida tirava meu sono! Eu sabia que queria ficar nos bastidores, então pensei:
- Vou escrever para jornais! Desisti depois de ler tanta gente boa...
- Vou fazer campanhas publicitárias! Tentei, mas descobri que não sou um ser tão criativo.
Em uma tarde chuvosa, na frente da televisão, assisti no noticiário a cobertura da queda de um avião. Os meios de comunicação tratavam com estrondo qualquer informação recebida via boletim da companhia aérea. Os jornalistas acampavam no local e faziam o seu papel, investigar e questionar qualquer informação (“A Era do Escândalo” de Mário Rosa mostra muito bem esta faceta da profissão). O dia passava e a mídia não parava de validar o fato. Por volta das 18:00, as emissoras de TV colocaram ao vivo o porta-voz da companhia aérea, numa entrevista coletiva para a imprensa. O título dado ao porta-voz era “Relações Públicas da companhia aérea”. Foi nesse instante que tomei minha decisão: Minha habilitação seria Relações Públicas.
Meu envolvimento com a área cresceu com a participação em congressos, oficinas, simpósios, palestras e semanas de comunicação. O motivo eram os certificados? Seria hipocrisia afirmar que não, mas muitos eventos valeram à pena, com ou sem os ditos certificados. Posso dizer que minha turma (RPN11) aproveitou as oportunidades e estas renderam bons frutos para os inexperientes aspirantes a comunicólogos e para a Universidade da Amazônia. A instituição valorizou seu nome e sua imagem muitas vezes graças à turma, Hiki que o diga, NE? As lembranças do Iesam são tentadoras.
Depois de quatro anos chega a dor da separação, do afrouxamento dos laços feitos em sala de aula. Como posso esquecer pessoas tão diferentes e encantadoras? Ficará guardado em minha memória o primeiro encontro da turma (sala lotada, com aproximadamente 54 alunos), amizades começando, outras já estabelecidas. Tudo era novidade. O clássico churrasco da turma aconteceu (objetivo era unir a todos), não lembro o resultado do encontro, ou lembro? Deixemos estes comentários à margem.
A segunda tentativa de união foi o Orkut da turma (cheio de novidades e intrigas). É certo que nem todos participavam desses eventos sociais e virtuais – escolhas pessoais. Ah, quantas crises de riso tive com esta turma! Personagens hilários.
Quem não lembra da Regina? Da casa de Mosqueiro e do pai dela?
Rodrigo. Rodrigo que de amigo virou inimigo da Arlete.
Do Salomão, sobre o sabonete que a Carol usava (Carimbó), que desconcentrou o temido Relivaldo em suas aulas de Indústria Cultural.
Da beleza de Mariana Tuma, que foi em busca de seu sonho e abandonou a turma e a cidade!
Larissa Beatriz e suas idéias loucas (seminário de Língua Portuguesa III). Roberta? Roberta ganha o troféu da espontaneidade. Ela é, sem dúvida, uma piada pronta, como diz a Lorena. Da metódica Aline, das tímidas Amanda e Samantha, da viajada e companheira Marcela, do japonês que só ensinava besteira, do Jaime em seus seminários, do Rômulo e suas teorias acadêmicas, que faziam muito sentido.
Quantas pessoas eu observei e ouvi!
Foram inevitáveis as celeumas dentro da sala por milhões de motivos, não me cabe ressaltá-los. Os grupos se formaram e as rivalidades estavam prontas, acredito que não passaram de diferenças ideológicas (imagino), o que é mais do que natural na academia. Poucas vezes alguém esqueceu isso e procurou discutir em outro âmbito (não lembro). A geografia estava definida (de um lado o grupo “A”, de outro o grupo “B”), mas havia os integrantes neutros, no meio desse fogo cruzado (grande Fryda – Frydoca). Os anos passavam e a turma foi diminuindo. Os cinqüenta do começo se resumiram em vinte, mas o melhor é que chegamos juntos a este instante ímpar das nossas vidas. Agora sentiremos uma saudade acentuada, porque o próximo instante em que estaremos juntos é incerto, pode ser em breve, mas pode demorar o suficiente para esquecermos algumas faces. No entanto, relevante é saber que aqueles que deixaram pegadas em nossos corações, sempre saberão encontrar o caminho.
A rivalidade enfim acabou, mas a divisão da sala não! Era visível como as partes “A” e “B” estavam muito mais próximas, talvez pela crise emocional e física do trabalho de conclusão de curso, ou simplesmente pelo fim de uma jornada, de um sonho. O fim é sempre triste.

Aula da Saudade

Meus amigos, meus colegas, agora é momento de pensarmos um pouco sobre outras coisas. Pensar sobre o presente, sobre o futuro e sobre aquilo que nós já conquistamos - o que já não é pouco. Pensar também sobre esse momento de transição, sobre essa reciclagem, sobre esse ingresso no mercado e/ ou no retorno a ele.
E, cima de tudo, pensar em nossas responsabilidades, cada vez maiores.
Todos os conhecimentos teóricos e técnicos que cada um de vocês aprendeu e apreendeu sobre Relações Públicas, sem dúvidas, somar-se-ão na vivência diária e ao desenvolver permanente de um olhar crítico sobre a sociedade. Sim, sim, vocês são profissionais de fato e de direito- e são cientes disso. Vocês podem ser a diferença que faz a diferença.
É um momento histórico – vocês representam a penúltima turma a se formar na Universidade da Amazônia.
Nunca deixemos de nos ater ás nossas reflexões. Afinal, tal ação faz parte de nossa rotina profissional- e para que possamos sempre ter a madureza de tomarmos as melhores decisões.
Eis a turma de RP da Universidade. Eu tive o prazer de apenas estar um semestre com vocês, mas saibam que foram breves, intensos e ótimos momentos, de muito aprendizado e, acima de tudo, de amizade, de respeito e carinho. E, acima de qualquer palavra, uma aliança permanente tenha certeza.
Esta memória permanecerá adormecida até o momento em que a saudade provocar –lhes a inquietação da lembrança.
Hoje é nossa ultima aula, nesta relação professor- aluno. Se hoje é a aula da saudade, esses sentimento tão abstrato estejam certos de que lá pousa em meu coração , mas somada a uma sensação de esperança e de certeza.
Hoje, sou melhor por ter conhecido cada um de vocês. Foram momentos ricos e muitos deles, inesquecíveis. Vocês, hoje, celebram uma grande vitoria, há muita esperada.
Obrigado, obrigado por vocês existirem (Aline Brasil, Amanda Sucupira, Ana Paula, Cássia Milena Cruz, Elita Baptista, Fryda Natielle, Jaime Sidrim, Jane Hellen Fonseca, Larissa Beatriz Aviz, Lorena Laredo, Maria Cristina Kuwahara, Marieta da Silva, Mellina Mergulhão, Pollyana Borges, Regiane de Carvalho, Roberta Muniz Caetano, Rômulo Sozinho Dutra, Samantha Cunha, Sandro Negri e Taiana Rute).
Sem choro, Sem maiores cerimônias (ou cerimoniais)- até porque a maquiagem não pode ser borrada nem o cabelo embaraçado e, segundo a musica, “boys and big girls dont’ cry”.
Um grande abraço e até breve
Rodolfo Marques.

A “aula da saudade” nos faz pensar em uma listagem de poderes: O PODER DE LEMBRAR, poder de sentir novamente, poder de ressuscitar momentos. Encontramos o privilégio extraordinário de buscarmos em nosso arquivo pessoal documentos, registros, fatos e fotos, acho que esse povo andava com uma máquina fotográfica 24 horas, para tudo existia uma foto. É bem verdade que na rota da existência nem sempre temos boas lembranças, nem sempre há alegria em algumas recordações, mas hoje é dia de celebrar: celebrar as amizades adquiridas, celebrar as conquistas realizadas, celebrar a família universitária que por alguns anos nos acompanhou.
Na realidade, hoje nós estamos em um grande passeio, e já que a palavra é recordar, vamos pegar o vagão do saudosismo. Por este motivo a nossa viagem é em ritmo de flash-back. Paradas rápidas e surpreendentes nos aguardam. Coloquem os cintos e boa viagem. Vamos às paisagens:
Do lado direito, parada número um, O PRIMEIRO DIA DE AULA: alguns de vocês entraram por estas portas ainda intimidados, com algumas inquietações no coração, e na alma. Outros, em contrapartida, foram calorosos, espontâneos, descontraídos, pareciam já fazer parte do cenário, mas não sabiam ao certo o que de fato os esperavam. Próxima parada: Lá está você em aulas maravilhosas (Teoria da comunicação; comunicação comparada, rádio, assessoria de imprensa, opinião pública, teoria e técnica de RP, planejamento gráfico, criação e redação para meios eletrônicos, fotografia, ética e legislação, marketing político.) que fizeram você pensar profundamente sobre a complexidade da mídia, a intensidade das mensagens, o funcionamento das propagandas, os diferentes tipos de pessoas, os inúmeros autores (Mauro Wolf, Canclini, Kotler, Margarida, Barbero, Mcluhuan, Thompson, Bakhtin, Bordieu, Morin, Andrade, Rego, Simões.), mas, apesar do corre-corre, você me parece confiante na vocação. Bem, seguindo viagem, dias e dias à fio, estudos, pesquisas, trabalhos, provas, e lá está você. Poxa, como você está diferente do primeiro dia. Última parada: Itinerário, aula da saudade turma de Relações Públicas. Parabéns, você batalhou, progrediu, cresceu, conquistou e venceu . Foi um prazer viajar com você!
Mas também chegou a hora de agradecermos aos professores (Roberto Fadel, Analaura Corradi, Salomão Azulay, Relivaldo de Oliveira, Marcelo Vieira e Mendes, Haroldo Tuma, Ivana de Oliveira) que nos acompanharam desde o começo do curso, e aos que também passaram rapidamente (Sabrina Augusta, Larissa Lafit, Regina Carvalho, Willian e Clarisse Leonel, Francinete [com os cálculos], Érika, Elaine [e sua poesias], Erasmo Borges, nosso querido Luiz César [LZ], amigo e companheiro Rodolfo Marques, Jerônymo Filho, o Renato Malcher e outros) que deixaram suas contribuições compartilhando os prazeres e dificuldade desta jornada.

Relógio do Tempo

E o natal ganha (ganhou) destaque na mídia. Critérios?
Em primeiro lugar; pelo espetáculo das luzes. A iluminação natalina sem dúvida retrata sonhos, desejos e inspirações para um novo tempo. Então a mídia representada nesse contexto pela televisão pegar esse elemento e transforma em imaginário, que reflete uma imagem midiática ou virtual que está penetrada profunda e constantemente no cotidiano dos sujeitos promovendo um rearranjo das relações. Pode até ser distante da realidade de muitos, mas andar pela cidade observando essas luzes é como uma terapia, e as interpretações em volta delas, dependem de você, que as vê. Diante desse cenário criamos milhões de significados e chegamos a ser poetas – afinal como diz Benedito Nunes: “o poeta nasce de outros poetas”, mas ainda concordo em gênero e grau com Mário Faustino “ poesia não é confissão”



A imagem natalina exerce o papel de mediadora das relações sociais e a conseqüência disto é o espetáculo (no conceito de Debord), as reuniões de pessoas, independente do seu sexo com objetivo de união, e comemoração pelo ano que passou. O grupo tem o lema de levantar a taça de champanhe e dizer: - “eu ganhei as batalhas desse ano”. De fato, acredito que as confraternizações são objetos (ilusões) que servem para suportarmos o real. É na verdade o espetáculo já questionado por Baudrillard (simulacro) e Maffesoli (sociabilidade).
Em terceiro lugar; pelas reflexões humanas. As imagens, luzes causam um certo poder emocional nas pessoas nesse período.Parece que elas ficam mais digamos: solidarias.E as empresas também ficam mais “perceptivas ‘( cestas de natal, roupas para o lugar “x” ou “y”), e assim vai o natal. Acontece que estudei esses comportamentos em estratégia de marketing e opinião pública, e pouco tinha esse caráter perceptivo. Mas vamos acentuar uma credibilidade aos empresários. Afinal, jogue a primeira pedra aquele que nunca despertou pela manhã nessa época com os sentimentos a flor da pele fazendo um retrospecto e ao mesmo tempo fazendo comparações do ano que passou na tentativa de ser melhor.
Os mais digamos “ligados a teia social” procuram refletir humanitariamente (embora você não faça nada), ou seja, a comunicação segundo Sodré não é apenas a mídia, ela é sem dúvida o relacionamentos das pessoas. É justamente esse ponto reflexivo (Que se refere ao fato de a consciência conhecer a si mesma: o método reflexivo remonta das condições do pensamento à unidade de pensamento.), que a mídia agarra em seus meios e joga aos “receptores”. E pronto, os pacotes de filmes, músicas e eventos estão prontos. Então, o que fazer? A melhor forma é unir-se ao inimigo, e lá estava eu de olho nos programas de TV preferindo o simulacro em vez do real. Horas e horas.
Depois de ter ficando “surda” “cega” e ter aplaudido a “originalidade” do espetáculo, tentei não ser portadora de uma esquizofrenia social e lembrei-me de um filme tradicional do natal, e não era o Shrek especial, diante da força emocional deste período entrei nesse espírito e fui revê-lo, e assim nesse enredo selecionei um por/dia até o fim do ano.

Na tela, não se coloca o problema da profundidade, não existe o outro lado, enquanto há um além do espelho. Isso não significa que tudo o que aparece como arte tenha a ver com isso; felizmente existem exceções. (Baudrillard, 2003:151)



Começamos então, pela noite de natal e diante das reflexões natalinas. A Felicidade Não Se Compra “(Frank Capra) entra em cartaz, e sem dúvida é um dos maiores clássico de natal de todos os tempos. Historia tocante, que reflete esse momento natalino “George Bailey (James Stewart- gravei o nome dele lembrando do filme “O pequeno Stwart Little” idiotice, nê?Concordo) vê sua vida desmoronar e decidi se suicidar até que uma interferência vinda do céu ( anjo) resolve mostrar como seria o mundo sem ele.É uma história simples, que emociona a todos, até quem já viu milhões de vezes.



Quem nunca chorou está mentindo ou tem o coração de pedra.
Mas vamos ao ponto máximo da cena em questão, aquele que ganha maior audiência na mídia e perante a massa: O consumo, que é criticado impiedosamente pelos autores da pós-modernidade. Motivo? As lojas fervilham e as pessoas correm, correm e correm como se quisessem levar tudo o que há de melhor somente para si, egoísmo?Sei lá (Freud explica ou explicaria isso). Só sei que o mundo contemporâneo tem tantas complicações, que julgo ser que nem o virtual, ou seja, o que prevalece é a imagem. O imaginário.

o consumo não deveria ser visto somente como uma posse de objetos isolados, mas também como “apropriação coletiva” destes. Este processo consideraria relações de solidariedade e, principalmente, de distinção, através de bens e mercadorias que satisfazem no plano biológico e no simbólico, servindo também para enviar e receber mensagens (Canclini, p. 88).



O presente de natal representa esse campo simbólico no qual os indivíduos estariam em constante movimento e os objetos são cada vez mais valorizados pelas pessoas. Baudrillard considera esse processo inevitável entre a relação sujeito e objeto. Cabe esse símbolo fazer parte de seu processo ideológico e cultural - nem imagino as pessoas abrindo mão do N95(com câmera 5.0, wi-fi), TV de plasma, Iphone da Apple.
Como estou fazendo parte dessa sociabilidade moderna, eis que também posso falar de um presente, “Presente”?Sim, que talvez tenha uma base crítica do momento. Lendo o agradecimento de (culturas Híbridas- Canclini) algo me chamou atenção, dizia ele: "Se o livro é de dedicado a Tereza e Julián é por essa capacidade dos filhos de mostrar-nos que o culto e o popular podem sintetizar-se na cultura massiva, nos prazeres do consumo que eles, sem culpa nem prevenções inserem no cotidiano como atividades plenamente justificadas. Nada melhor para reconhecê-lo do que invocar aquele natal em que o Instituto Nacional do Consumidor repetia obsessivamente : “ presenteie afeto, não o compre”, em seus anúncios anticonsumistas no rádio e na televisão ; Tereza empregou a palavra”afeto” pela primeira vez em sua linguagem vacilante dos quatros anos. “ você sabe o que quer dizer?”Sei- responde rápido -, que você não tem dinheiro”.

Depois de tantas emoções passada pela mídia e seus instrumentos. É melhor aproveitar os símbolos natalinos “O Outro Lado de Mim, de Sidney Sheldon” um clichê?Não, não é um clichê de memórias. Tem alma nas palavras.Outro belo presente de natal.

Depois de anos lutando na acidade de Nova York passando por dificuldades, finalmente estou comprando meu bilhete de volta para casa em busca dos braços de Otto e Natalie. Pego o ônibus e embarco, a viagem é maçante, mas não para mim. Estava ocupado demais sonhando com meu futuro fantástico.
...Chegando em casa fugir correndo da sala ao quarto. Pedindo silêncio. Eu sabia que tinha de preencher aquele espaço de longos anos, voltei à sala e toquei minhas canções no piano trazido por um cantor, que saiu-se bem,mas não era tão profissional. Fui ao microfone, e disse:
– Senhores e senhoras, todos começamos a vida como amadores, mas crescemos e viramos profissionais (Aquela frase que soltava era para o músico e para eu mesmo naquele momento), merry christmas!



Termina o natal e segue os dias de fogos, e que seqüências de fogos. Mas no final você tem uma sensação inexplicável. É o que acontece no dia 31 de Dezembro dia em que o ano chega ao marco zero, e vai tomar o lugar do velho, que por sinal já deu tudo o que podia dar.
É hora de todo mundo fazer aquela reunião para ver os fogos no céu (quando existe), fazer as promessas pra si ( esse ano vou....!); pular as sete ondas; comer as setes uvas; comer lentilhas; presta as oferendas à Iamanjá( quem curte) ou simplesmente abraçar qualquer estranho que estiver por perto.Tà certo , que algumas pessoas se aproveitam do momento para abraçar seus alvos , mas é festa.E também o celebração da humanidade ao ciclo da vida , que agora recomeça.Calma, mas espera um pouco.Que ciclo?Que recomeço?Se pelas matemáticas da sua vida: você vai ficando mais velho a cada virada de ano e pronto.



Na verdade do dia 31 á 01 não acontece nem um fenômeno sobrenatural, concorda?Se você leitor, concordou deve está mentindo, pois as viradas de ano significam sim algo grande- grande e bom- é universal. E graças a ela você e eu estamos aqui, vivos.
Isso por que passamos por trilhões de dificuldades e sobrevivemos, e os cultos da passagem dos dias até o dia 31 surgem. Contar estrelas, apreciar a trajetória do sol ao longo do ano. Tudo isso é sobrenatural: os ciclos do tempo. É esses impulsos sobrenaturais que levou aos humanos se entregarem aos rituais, é esse impulso que faz nossa vida ser feita de ciclos, e de fato as colheitas são cíclicas. Ao divinizá-las, nos entregamos a ideia de nossos ancestrais imprimiram na cultura humana a teoria de que nossa vida se renova a cada ano, e festejar essas renovações era e será fundamental para que continuássemos vivos.
Avante.....afinal, o ano novo é uma das festas maiores do mundo, de todas as festas, é feita para marcar o “tempo” , e também uma comemoração sobre a sobrevivência da espécie humana.Pelo menos até a próxima crise chegar, ou até o próximo fim do ano.
Então que venha 2010 com outras novidades, outros bilionários (graças a mega sena da virada), novos planos, novas descobertas cientificas e outras tecnologias. Afinal as tecnologias revolucionaram essa década como você pode ter percebido, pois ficamos mais conectados. A internet entrou na minha sua vida (nos celulares), nos conhecemos “ou aprofundamos” o significado da palavra sustentabilidade, descobrimos a tristeza de perder o tempo assistindo a vida de estranhos na televisão.
De 1999 ( bom tempo) até hoje 2010 muita coisa mudou, e as mudanças também foram em nosso comportamento, por isso, não iremos fazer uma mera retrospectiva dos fatos mais importantes.

BAUDRILLARD, Jean. A Sociedade de consumo. Lisboa:2003.
CANCLINI, Néstor García.Consumidores e cidadãos. Rio de Janeiro: UFRJ, 1999
SHELDON, Sidney.O outro lado de mim:memórias. Rio de Janeiro:Record, 2005
Imagem 1- retirada do site da Prfeitura de Belém
Imagem 2- retirada do site Altacultura.wordpress.com
imagem 3- retirada do site tempos modernos.